Quando o engenheiro militar Euclides da Cunha seguiu para o sertão, integrando a quarta expedição contra Canudos, tinha por missão ser correspondente do jornal O Estado de S. Paulo. Além disso, viajava como adido à comitiva do ministro da Guerra. Diário de uma expedição reúne uma série de reportagens, pouco conhecidas, que Euclides enviou de lá. Elas mostram o escritor no coração da batalha, aspirando o odor da pólvora e ensurdecido pelo troar da metralha. Escrevendo sem tempo para hesitações ou reflexão, Euclides presenteia o leitor com a natureza despida de artifícios, palpitante do fato que é notícia.Essas reportagens são também uma boa amostra do partido tomado pelas Forças Armadas brasileiras e pelos jornalistas. Assim, as notícias não objetivavam propriamente informar, mas antes veiculavam uma unanimidade: ninguém duvidava que os insurretos de Canudos imprimiam uma nódoa de atraso no brilhante panorama de modernização que a República anunciava, ao sepultar ao mesmo tempo a escravidão e a monarquia.Esse tom oficial está presente na correspondência enviada por Euclides, mas já é evidente a garra de escritor que viria a notabilizá-lo. Aqui reside o embrião de Os sertões, o livro vingador , como o chamou seu autor. Só lendo estas reportagens pode-se avaliar a extensão do caminho percorrido.
Peso: | 240 g. |
Páginas: | 304 |
ISBN: | 9788535900262 |
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