Os poemas que abrem Raro mar versam sobre a fatura literária: Outra receita fala do resultado final da oficina como um conserto de palavras, em que a carpintaria poética não tem hora para terminar. As influências do modernismo, na precisão construtiva e no lirismo, se fazem sentir em alusões a Mário de Andrade, Carlos Drummond, Manuel Bandeira e João Cabral de Melo Neto. Ao ideário modernista, Armando Freitas Filho acrescenta o experimentalismo e o à-vontade estético aprendido no convívio com a poesia marginal e os poetas da nova geração. A transformação social e urbana do Rio de Janeiro também está presente no livro. O processo histórico fez com que o mar carioca se tornasse raro . O Rio se espraiou, e o mar que conserva o esplendor da cidade convive hoje com a multidão, o consumo, as armas, o tráfico, a automação. A série Numeral enfeixa poemas escritos ao longo de mais de dois anos, que se encadeiam como um diário poético. Neles, a passagem do tempo dá forma aos temas mais caros ao autor: a sensualidade, o corpo como enigma, a morte e a correnteza da vida. Se o alcance dos versos em tempos difíceis se aproxima do devaneio, a poesia de Armando Freitas Filho impõe-se com a força do sonho.
Peso: | 154 g. |
Páginas: | 96 |
ISBN: | 9788535908947 |
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