Maria cruza o sertão - e a noite - num ônibus que a levará a algum ponto isolado do Nordeste, e relembra sua primeira incursão naquela região agreste, quarenta anos antes, em condições mais precárias e perigosas, seguindo um anúncio num diário oficial que lista municípios onde se precisava de alfabetizadores para o Mobral. Ela foi logo aceita, sem mais perguntas, porque, de Brasília, pressionavam os chefetes políticos da região, e ninguém mais, capaz de enfileirar uma letra atrás da outra, estava disposto a se exilar em Olho d Água e ensinar a ler e escrever aos jovens e adultos . As lembranças do tempo passado em Olho d Água se cruzam a outras, entre freiras educadoras na Argélia, ou como viajante no México, deparando-se com costumes distantes, e ao mesmo tempo com pessoas de coragem e pureza, que a ajudam a enfrentar as dificuldades do caminho. As mesmas lembranças desfiam a série de impossíveis amores, encontrados em seus anos de juventude, olhares promissores vistos apenas de relance, e dos quais ela guarda lembranças escondidas numa caixinha dos patuás posta em sossego lá no fundo do baú . Com sutileza e domínio da narrativa, Maria Valéria Rezende vai compondo um retrato emocionante dessa mulher determinada, que sacrifica a própria vida em troca de algo maior.
Peso: | 282 g. |
Páginas: | 152 |
ISBN: | 9788556520012 |
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