Do autor de i Diário da queda /i e um dos principais nomes da literatura brasileira atual. Um romance sobre a divisão da comunidade judaica em meio ao extremismo político no Brasil e no mundo. /b /p p Davi Rieseman, um advogado ligado à causa sionista, sobe a um palco para dar um discurso. Misturando intolerância e generosidade, ele conta a história de sua relação com o sogro, a mãe, a esposa e a filha à luz de juízos bastante particulares sobre temas do noticiário uma eleição no Brasil, a ascensão evangélica, o antissemitismo, o Oriente Médio. br / Anos depois, enquanto caminha por um hospital onde fantasia e realidade se misturam, com as palavras do passado surgindo em fragmentos que iluminam a ação presente, Davi é confrontado por um misterioso coro de vozes, num diálogo que o faz reviver um trauma e um dilema ligados a brigas envolvendo judeus seculares e religiosos, progressistas e conservadores, embebidos na cultura diaspórica da dúvida e nas convicções militaristas da política israelense. br / A ironia do romance, com seu choque de visões construído em diferentes vozes, tempos e tons, guia uma tentativa humanista de lidar com um cenário pós-pandemia, em que a memória dos mortos deu lugar ao pragmatismo cínico e às guerras. É um caminho tortuoso, mas também feito de esperança. Afinal, entre palavras de choro ou riso , o mundo surgido no desfecho do livro é aquele onde precisaremos viver todos culpados ou inocentes nesse grande acerto de contas com a história. br / br / Michel Laub nos apresenta um anti-herói que vende a alma em troca de um gostinho de poder. É um livro de uma atualidade que incomoda, que nos ajuda a ver o presente, e que mostra o penoso caminho até o futuro: até a compreensão, e até, quem sabe, o perdão. Benjamin Moser, autor de i Clarice, /i e i Sontag /i br / br / Michel Laub mostra, em sua obra, uma impressionante capacidade de transformar discursos odiosos em personagens complexas. Se isso era visível em romances como i Solução de dois estados /i , neste i Passeio com o gigante /i seus efeitos se expandem e fazem com que o leitor se perceba, ele também, no centro da trama. Nossas certezas e nossas emoções são manipuladas pelo arrivista Davi Rieseman, ideólogo sionista e financiador da extrema-direita no Brasil. Mais que discurso, mais que personagem, ele é também espelho, que reflete nossos próprios mecanismos de adesão e repulsa, sem permitir que a imagem se fixe. Regina Dalcastagnè, professora de literatura brasileira da Universidade de Brasília, coordena o Grupo de Estudos em Literatura Brasileira Contemporânea /p
Peso: | 208 g. |
Páginas: | 160 |
ISBN: | 9788535936964 |
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